Os degraus que temos que subir nos respeitando
Há um momento durante a pós-graduação que nos sentimos desse tamanhinho. É quando nos damos conta da dimensão do que já foi feito na área que estamos pesquisando ou dos temas que a ela se tangenciam.
É um momento complicado. Quando dimensionamos a montanha que termos de subir é desanimador.
E, se estiver já no doutorado, você pensa: “Cara, como eu não sabia que tudo isso já existia?”
Uma notícia: não se preocupe. É assim mesmo. Esse sentimento é mais do que normal.
Utilizando uma passagem bíblica, temos o exemplo de Salomão. Considerado o homem mais sábio de seu tempo (há mais de 2000 anos atrás), Salomão certa vez afirmou: “não há limites para fazer livros (…)”.
Naquela hora ele aponta para a vastidão que o conhecimento pode alcançar. Hoje, temos acesso a um volume enorme de livros, periódicos, artigos, teses, dissertações e monografias. Há um volume absurdo de geração e divulgação de novos conhecimentos.
Quando nos damos conta disso, a tendência é um desânimo.
Ficamos minúsculos e pensamos: temos a contribuir?
O primeiro passo é saber que nosso trabalho por mais mirabolante que seja, será apenas mais uma contribuição dentro desse universo. Uns contribuirão mais. Outros menos.
É que o ideal dos grandes gênios às vezes sobe à cabeça.
Se pudesse dar um conselho para essa hora seria: Fique tranquilo. Leia o quanto puder, sistematize o que está lendo. Utilize o que for necessário. Avance o quanto puder.
Evitar abraçar o mundo com as pernas é um bom começo. O excesso de cobrança pode te levar à depressão. Ao sentimento de que é incapaz.
A grama do vizinho sempre parece mais verde:
” Meu amigo já tem dois capítulos prontos”, “Fulano qualificou há tantos meses e eu aqui”, “Beltrano tem três filhos, trabalha e escreveu a tese em quatro meses”, “Ciclano trabalha três turnos e vai defender primeiro que eu”.
São lamentações típicas!
Não há um padrão. Cada um de nós tem um tempo, um momento, uma história. Não estou fazendo apologia à estagnação ou acomodação. Mas, sim ao respeito próprio.
Muitas pessoas entram em crises terríveis por conta do excesso de cobrança na pós-graduação. E certas marcas ficam. Vejo muitas pessoas levarem essas marcas para a vida profissional à frente.
Pessoas inseguras por bastante tempo.
O ambiente da pós-graduação é propício à este tipo de sentimento. Cobranças e mais cobranças.
Mas, cuidado. Cuidado consigo mesmo. Não se deixe macular com essas pressões. Se respeite. Isso vai fazer toda a diferença não só para passar por esse período de formação como também na sua trajetória à frente.
Não pire. Respire.
O doutorado é só uma fase. E, acredite: vai passar!!!
Ótima reflexão!!!
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